Este protocolo foi desenvolvido para auxiliar no planejamento e validação de projetos de crédito de carbono na plataforma RELAND, oferecendo uma base científica para estimar o potencial de sequestro de carbono em diferentes biomas. Nossas métricas de cálculo utilizam calibrações específicas para zonas e biomas, considerando refinamentos edafoclimáticos para maior precisão, além de definir apenas as zonas potenciais de plantio florestal. Naturalmente, variações são esperadas, e esses cálculos devem ser considerados apenas como prognósticos indicativos.

De modo geral, nosso cálculo é unitário por árvore potencial e estimamos para povoamentos finais de 350 árvores maduras por hectare, cada uma com cerca de 30 m de altura e 40 cm de Diâmetro à Altura do Peito (DAP), considerando um fator de forma (crescimento) de 1/2 e com uma densidade média da madeira de 500 Kg/m³ - o que nos leva a um valor aproximado de cerca de 0,946 toneladas de biomassa por árvore. Para o cálculo do carbono puro, utilizamos o fator do IPCC de 0,47 e obtemos aproximadamente 470 kg de carbono puro por árvore. Agora, utilizando os valores do IPCC para calcular o CO2 (peso do oxigênio adicionado), multiplicamos por 3,67 (IPCC) e obtemos um valor de cerca de 1,724 kg de CO2 por árvore. O CO2 é considerado a unidade de medida para o crédito (ou equivalente de carbono), portanto, uma árvore adulta no povoamento final terá 1,7 CRÉDITOS DE CARBONO. Como estamos considerando povoamentos de 350 árvores (com base na possibilidade mais provável de uma floresta nativa e/ou silvicultura após desbastes sucessivos), temos o VALOR FINAL DE 603 CRÉDITOS POR HECTARE - como esses são povoamentos de 30 anos, temos 20 créditos gerados por ano por hectare (ao longo de 30 anos).

Este protocolo e os valores associados apresentados pela RELAND devem ser considerados como estimativas variáveis e conservadoras. As cifras calculadas representam apenas o armazenamento de carbono na biomassa acima do solo e não contabilizam a biomassa abaixo do solo (sistemas radiculares) ou o carbono no solo (carbono húmico ou orgânico mineralizado). Estes cálculos focam exclusivamente no carbono armazenado dentro da biomassa das árvores acima do solo.

É crucial reconhecer que as taxas reais de sequestro de carbono podem variar significativamente devido a uma multiplicidade de fatores edafoclimáticos e mudanças climáticas em curso. Essas variáveis ambientais podem influenciar as taxas de crescimento das árvores, a acumulação de biomassa e a capacidade de sequestro de carbono de maneira complexa e interdependente. Além disso, o método não incorpora possíveis melhorias no sequestro de carbono que poderiam ser alcançadas por meio de intervenções agroflorestais sucessivas, que podem otimizar o carbono da biomassa no solo ao longo do tempo.

Portanto, embora essas estimativas forneçam uma diretriz útil para o planejamento e avaliação de projetos de crédito de carbono, elas devem ser vistas como valores de referência sujeitos a ajustes com base em avaliações ambientais locais mais detalhadas e práticas de manejo que possam influenciar os resultados finais de sequestro de carbono.